Escrever sobre perdas nos remete a pensar: Por quê o abandono ( com excessão) de alguns casos , ocorre durante o tratamento oncológico?
Aqui vamos abordar sobre os dois lados da situação : a perda (o abandono) e aconchego.
O tratamento oncológico é intenso mas o objetivo é erradicar o tumor , quando falamos de quimioterapia e radioterapia , lembramos de tratamentos rigorosos para cumprir com o seu objetivo .
Em meio a esta fase o paciente se encontra em um ápice de sensibilidade,pois não houve só a perda capilar, mais perdas(emocionais),quando tratamos da psique do ser em vida, o físico automaticamente é beneficiado , todos os sentimentos sejam eles bons ou ruins é interiorizado , prejudicando ou beneficiando o organismo humano.
Nesta caminhada , é preciso o elo familiar , mas nem todas as famílias são iguais nesta receptividade do ser que se encontra em uma fase sensibilizada.
Logo resultando em abandono, tanto o marido quanto a esposa e filhos , mas sabemos que são várias hipóteses que envolvem este lema, mas que não justifica.
As hipóteses são:
* O não saber lidar com o ser humano
* O não saber lidar com a doença
* O receio de perder e não saber enfrentar
Mas nada justifica o abandono, pois parecem que os familiares esquecem ou simplesmente ignoram o fato que está ocorrendo, prejudicando a vida que está a sofrer com a enxurrada de sentimentos,podendo resultar em regressão do tratamento,depressão e até a própria morte fora do tempo , muitos durante esta fase conseguem seguir em frente , tendo como meta o bom fluir na caminhada,sendo resiliente perante o acontecido, outros não tem força para caminhar..
E o outro lado da situação é a seguinte : o aconchego , muitas famílias aceitam o cuidar , entendem que o fato de cuidar é o elo precioso , e apoiam durante o tratamento , oferecendo o presente mais rico que é a presença, resultando em fatores saudáveis , mesmo na dificuldade do tratamento , conseguem seguir em frente , pelo encontro , pelo elo que sempre está constante,
Sim , a presença nem sempre é constante na vida desses seres de vida , mais eles conseguem ir além mesmo tendo ou não tendo o apoio familiar.
Concluo que mesmo eu não vivenciando esta fase , com a certeza que não estou imune, mais por uma vivência de 5 anos trabalhando com a oncologia (voluntariamente), pude vivenciar , conhecer famílias que apoiava e que abandonava este ser de muita preciosidade , e a diferença é intensa quando observamos a presença e a não presença do espírito finesse ( espírito de finura) , este enternecer que faz muita diferença quando incluso durante o tratamento, mas sempre existirá anjos que o Senhor Jesus coloca na caminhada para que ofereça o apoio e o conforto , estes amigos servem como complementos especiais quando este humano tem o conforto dos familiares , e servem como amparo quando estes mesmos seres não tem o ombro durante o tratamento.
Assinado: Laís Vieira Lima ( Enfermeira Oncologista)
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